sábado, 5 de dezembro de 2009

Ressonância de Schumann

Mario Barbatti
Uma pesquisa por "ressonância de Schumann" ou "Schumann resonance" no Google, revela Centenas de endereços em português e, claro, dezenas de Milhares de tradução em outros. A maior parte das páginas que visitei reforçam a idéia de Boff de que as alterações na tal Ressonância um é responsável pelas dissonâncias em nosso mundo. Encontrei explicações sobre tudo, das mudanças climáticas globais aos atentados terroristas.Mas afinal, o que são estas tais ressonâncias?
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domingo, 22 de novembro de 2009

Não há céu sem inferno

A.Gaudério
"Se produziu uma "teologia da libertação", uma categoria do pobre como ator político na cena pública, uma "teologia da prosperidade" da Igreja Universal Produz o pobre como ator econômico eo torna responsável por sua salvação."
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Circulo vicioso

Alvaro Acioli
Hoje o tóxico e Uma grande preocupação. Along Não o foi. Amanhã, talvez, Não Seja o. Os toxicos, Todas Como mazelas sociais como, Não São Causas, efeitos MAS.Hoje o tóxico e Uma grande preocupação. Along Não o foi. Amanhã, talvez, Não Seja o. Os toxicos, Todas Como mazelas sociais como, Não São Causas, mas efeitos.
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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Carpe Diem - Rubem Alves

Carpe Diem quer dizer "colha o dia. Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente."Clique no titulo da matéria

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Vôos Existenciais - A.Acioli


O exercicio extremado de qualquer Conduz um papel social, uma tensão de expectativa, nem sempre suprotável. O ideal é tentarmos - na representação de qualquer papel - Ser apenas o melhor possivel.Clique no titulo da matéria



domingo, 18 de outubro de 2009

Web e atividade cerebral - I.Duarte e N.Damante


Além de transformar uma forma de viver das pessoas, a navegação pela internet está Cérebro Alterando o Funcionamento fazer?
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Caminhos da reconstrução - A.Acioli


O que vai definir a face da sociedade futura será a capacidade humana de superar a finitude da existência, aprendendo a realizar-se dentro dos limites que a vida social impõe.
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

M U R A L



Virtual x Real por Diego Jucá

O ciberespaço e as transformações da vida cotidiana
http://walmarjuca.sites.uol.com.br/

Preocupar para controlar por Serge Tisseron
A profusão de programas de TV sobre violência (filmes, noticiários etc.) desenvolve um sentimento de perigo e de vulnerabilidade que leva – especialmente, as categorias mais desfavorecidas – a aceitar a exploração e a repressão crescentes e até a desejá-las.
http://diplo.uol.com.br/2003-01,a534

Primórdios da educação entre os homens por Aziz Nacib Ab`Sáber
O papel dos conhecimentos culturais primários na revitalização permanente do desenvolvimento humano.
http://www2.uol.com.br/sciam/artigos/primordios_da_educacao_entre_os_homens.html

Células-tronco, embriões e a constituição por Lygia V Pereira
O desafio é desenvolver as pesquisas com embriões humanos de forma ética e transparente.

Ninguém pode mais se esconder- Ent. com o Presidente do Google
Hoje com meu celular, se eu vir que tem alguém lá embaixo fazendo uma coisa errada, eu posso tirar uma foto e daqui a dois minutos isso estará no mundo inteiro.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u379135.shtml

Interatividade da ciência e arte por Adriane Veloso
Pesquisadores que trabalham com eletrônica, informática e arte demonstram as possibilidades de como suportes digitais e analógicos podem interagir com alguns sentidos; sons, cores/luzes, temperatura, movimento e tato, entre outros.
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1021

http://aaciolitravessia.blogspot.com/2009/08/mural.html

domingo, 2 de agosto de 2009

Silêncio cúmplice

Alvaro Acioli

Palavras indefinidas e valores contraditórios dominam hoje o inconsciente coletivo alimentando o caos existencial no planeta. E como a vida social dos homens é impossível sem vocábulos e pensamentos, essa dificuldade tende a se multiplicar indefinidamente.A violência é certamente a palavra mais escrita e o conceito mais divulgado hoje em dia. Uma popularidade pouco menor pode ser creditada aos termos e conceitos sobre virtude, justiça, segurança, liberdade e verdade.Pode-se dizer que esses termos referem-se a idéias e significações bem relacionadas. Mas existe uma indiscutível controvérsia entre a conceituação teórica desses vocábulos e o uso prático a eles atribuído.As confusões que ocorrem, por exemplo, entre as palavras virtude e justiça não são menores do que a existente entre segurança e liberdade. Para se chegar a essa conclusão, basta ouvir um tele noticiário, ler um jornal do dia ou dar um pequeno passeio pelo bairro, em qualquer cidade de nosso país ou do mundo.As interpretações mais diversas e até antagônicos cercam, por outro lado, a palavra realidade. Em seu uso corrente falta, principalmente, o respeito ao princípio de veracidade: não falar o inverso do que se pensa e não fazer o oposto do que se diz. Justiça e liberdade, por sua vez, são termos muito invocadas para defender a grande violência (nem sempre visível) que domina a sociedade. Qualquer grupo ou coletividade que julga ter descoberto uma "nova luz" tenta logo converter todos os outros, impondo seitas, criando partidos ou propagando ideologias.A posse da verdade absoluta é justamente o que promove a ligação entre o fanatismo e a violência. Quem não tem dúvida também não tem motivação para o diálogo renovador, a única chave capaz de abrir possibilidades alternativas de compreensão, única maneira de evitar o exercício da bestialidade. Aqui não vale a máxima de que "os semelhantes curam os semelhantes". O uso da violência contra a violência só leva ao despropósito. O exemplo do momento é o confronto macabro, a verdadeira guerra civil que está ocorrendo na cidade do Rio de Janeiro, envolvendo a polícia oficial, milicianos e traficantes. Um moralismo cínico universalizado mostra apenas a face visível e menos importante da violência real. E um silêncio cúmplice e condenável cala a voz de todos os que têm a obrigação de denunciar a violência maior, que é o exercício arbitrário do poder, a serviço dos verdadeiros responsáveis pela miséria social urbana, em nosso país e no mundo.

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sábado, 1 de agosto de 2009

Feitos de carne e silício

Rafael Kenski

Chips implantados no corpo e computadores feitos de neurônios prometem
redefinir o limite entre o orgânico e o cibernético.

Aos 53 anos, tudo que o americano John Ray conseguia fazer era balançar levemente a cabeça e os olhos. Um derrame sofrido dois anos antes havia tirado quase todos os seus movimentos e, apesar de ele continuar perfeitamente lúcido, não conseguia falar ou escrever nenhuma palavra. Foi assim até abril de 1998, quando surgiram os primeiros sinais de mudança. Algumas letras começaram a aparecer na tela de um computador colocada sobre o seu leito. Um “P”, depois um “H”; lentamente, apareceu a palavra “Phil” no monitor. Era uma homenagem ao neurologista Philip Kennedy, da Emory University, em Atlanta, Estados Unidos, o homem que desenvolvera o sistema que permitia a Ray movimentar um cursor de computador apenas com a força do pensamento.

Leia íntegra do artigo em:


quarta-feira, 22 de julho de 2009

SONHO PROFÉTICO

Alvaro Acioli

A necessidade de sobreviver e afirmar-se está ameaçando seriamente a saúde mental de uma crescente maioria.
Em todos os lugares a vida social exibe os níveis mais altos de agressividade e de competição de que se tem notícia.

Constata-se uma clara dificuldade de ouvir o outro e de aceitá-lo, independentemente de quem seja, do que pensa, do que representa e do que pode oferecer.
Mas isso acontece num universo governado pelo consumo mercantilista, onde ter qualquer bem é mais importante que usá-lo.

E como os objetos de desejo mudam dia-a-dia, ao saber do marketing, o sonho se consuma no desejar e não no possuir. E a cada dia se virtualiza mais o ciclo vicioso do desejar-ter-não ter-desejar.
No fundo desse pesadelo consumista cresce uma necessidade inconsciente de dominar (consumir) o (não) semelhante ou até mesmo eliminá-lo, quando se mostra um obstáculo à realização desse sonhar delirante.

Essa voracidade consumista é compartilhada tanto pelos que têm tudo quanto pelos dêspossuidos. Por isso é que os “territórios”, grandes ou minúsculos, são defendidos com a mesma selvageria.

A insegurança geral foi de tal forma ampliada, pela imprevisibilidade social, que o desconhecido ficou ainda mais assustador. Os múltiplos medos que acossam o cidadão contemporâneo o transformam – ao mesmo tempo – em vitima e agente das práticas radicais mais variadas.

A violência é hoje a norma universal mais evidente. Um verdadeiro neo-barbarismo está levando o comportamento social a oscilar entre a indiferença apática e o primitivismo inconseqüente. Para enfrentar esse mal não adianta agravar as leis penais nem aumentar o número de cadeias.

Parece indiscutível a relação entre violência, radicalismo e privação de liberdade, sobretudo liberdade de existir com um mínimo de realização e dignidade.
O verdadeiro pano de fundo dessa onda de violência é o desrespeito aos direitos humanos, para com uma crescente maioria.

Pensando assim eu gostaria que sejam de um sonho profético as palavras do mestre Roberto Lyra : ...“Justiça é justiça social, antes de tudo ... para levar à criação de uma sociedade em que cessem a exploração e a opressão do homem pelo homem... E Direito aquele vir-a-ser que se enriquece nos movimentos de libertação das classes e grupos ascendentes e que definha nas explorações e opressões que o contradizem, mas de cujas próprias contradições brotarão as novas conquistas”.
Ilustração
Descobrimento, de Mario de Andrade

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Os animais pensam?

Renato M.E. Sabbatini, PhD

A imagem de um chimpanzé à esquerda nos lembra, com uma semelhança desconcertante, a famosa escultura do "homem que pensa" de Auguste Rodin (a qual, por sinal, enfeita o logotipo da revista Cérebro & Mente). Ela coloca uma questão muito forte aos estudiosos do comportamento animal: será que os animais possuem uma mente? Eles são capazes de ter sentimentos e pensamento? É verdade que alguns dos comportamentos dos animais indicam que eles têm uma espécie de "modelo de mente" interior, ou seja, eles parecem ser guiados por um entendimento de que seus co-específicos (ou mesmo seres humanos) possuem motivos e estratégias para se comportar como o fazem?
Leia a integra do artigo em:
http://www.cerebromente.org.br/n17/opinion/animal-think_p.htm

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Nossa familia animal


Marcelo Marthe e Eduardo Monteiro

A relação milenar entre homens e bichos de estimação entrou numa nova fase. Mais do que amigos, eles agora são como filhos. E a convivência pode ser tão com e plicada quanto a dos pais com um adolescente temperamental.

Leia a matéria especial de Veja em:

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Dificil arte de ser mulher

Frei Beto

... Na sociedade capitalista, onde o lucro impera acima de todos os valores, o padrão machista de cultura associa erotismo e mercadoria. A isca é a imagem estereotipada da mulher. Sua autoestima é deslocada para o sentir-se desejada; seu corpo é violentamente modelado segundo padrões consumistas de beleza; seus atributos físicos se tornam onipresentes. Onde há oferta de produtos - TV, internet, outdoor, revista, jornal, folheto, cartaz afixado em veículos, e o merchandising embutido em telenovelas - o que se vê é uma profusão de seios, nádegas, lábios, coxas etc. É o açougue virtual. Hipácia é castrada em sua inteligência, em seus talentos e valores subjetivos, e agora dilacerada pelas conveniências do mercado. É sutilmente esfolada na ânsia de atingir a perfeição.

Leia a íntegra do artigo em:
http://blogs.universia.com.br/eureka/2009/06/28/dificil-arte-de-ser-mulher/
Colaboração de Lucienne Castellani

sábado, 4 de julho de 2009

Dificuldade histórica

Alvaro Acioli
"A Virgem da Piedade deu à luz o nosso deus, Téete Mañuco. Ele aniquilou a humanidade antiga, fazendo cair sobre ela uma chuva de fogo. Depois criou o homem atual. E dividiu a humanidade em duas categorias : os índios e os Mistis (A palavra Misti designa não apenas os brancos, mas todos os que pertencem à classe dominante). Os Mistis tinham, e ainda têm, o direito de fazer os índios trabalhar, chicoteando-os, se preciso. Os Mistis não são obrigados a trabalhar.A divisão social instituída por Téete Mañuco será eterna; porque esse deus não pode perecer; todos os anos morre, numa sexta-feira, e ressuscita no sábado. Mas ele também fez o inferno e o céu. Todos vão para o inferno antes de irem para o céu. Vai-se para o inferno porque não há ser humano isento de pecado. Depois se vai para o céu. O céu é exatamente semelhante à terra. Mas, no céu, os que foram índios na terra transformam-se em Mistis e obrigam a trabalhar aqueles que eram seus amos, açoitando-os, se preciso." (Versão livre de texto recolhido em quíchua, na província de Carhuaz, Peru.)

"Um dia, Confúcio foi passear até ao alto da porta da cidade e suspirou tristemente. Seu discípulo Yen Yen, que se achava a seu lado, perguntou-lhe: - Por que suspira o Mestre? Confúcio respondeu: Jamais chegarei a conhecer verdadeiramente o uso do Grande Caminho e os homens ilustres das Três Dinastias. E, no entanto, eles inspiram minha ambição. Quando o Grande Caminho era usado, todos tinham parte igual no mundo. Os cargos eram dados conforme o mérito e a competência, e os homens viviam na retidão e no afeto. Também não consideravam seus próprios pais como seus únicos pais, e seus próprios filhos como seus únicos filhos. As pessoas idosas terminavam tranquilamente seus dias e os homens robustos encontravam o trabalho que lhes convinha; os jovens recebiam educação, e cuidava-se das viúvas e viúvos, dos órfãos e dos doentes. Os homens tinham suas ocupações e as mulheres o seu lar. Tinham horror ao desperdício e não acumulavam bens para si próprios; repugnava-lhes a idéia de que sua energia não fosse plenamente empregada. E, não obstante, não a utilizavam para fins exclusivamente pessoais. Não podia haver, portanto, conspirações, nem ladrões, nem rebeldes, de modo que era inútil fechar com chave as portas. Era a época da Grande Unidade." (Versão de um texto de Li Ki, século II a.C. China)

“A tarefa própria do gênero humano, tomado em sua totalidade, é atualizar continuamente a plenitude do poder do intelecto possível, primeiro tendo em vista a especulação, depois, como conseqüência, pela prática. Ora, as partes e o todo obedecem às mesmas leis; se o indivíduo adquire prudência e sabedoria vivendo pacífica e tranquilamente, o gênero humano, de modo análogo, se consagra muito livremente e de maneira muito fácil à sua tarefa própria, quando goza do repouso e da paz; a sua tarefa é quase divina, segundo a palavra santa: tu o colocaste pouco abaixo dos anjos. Donde se segue que a paz universal é o melhor de todos os meios que nos podem proporcionar a felicidade.” (Tópicos extraídos de um texto de Dante De monarquia, 1308)
“O fim de uma lei não é absolutamente abolir ou diminuir a liberdade, mas conservá-la e aumentá-la. Com efeito, em todos os Estados cujos membros são criaturas capazes de terem leis, onde não houver lei alguma não haverá também liberdade alguma. Pois a liberdade consiste em estar-se isento de constrangimento e de violência da parte de outrem; o que se poderia encontrar onde não houvesse lei, e onde não há, conforme dissemos acima, uma liberdade graças à qual cada um pode fazer o que lhe agrada. Pois, quem pode ser livre quando o humor ressentido de outro homem qualquer puder impor-se sobre ele e dominá-lo?” (John Locke, Inglaterra. Segundo ensaio sobre o governo civil. 1690).

As citações transcritas, nos parágrafos acima, visam realçar a dificuldade histórica da longa travessia humana. Uma grande distância ainda nos separa da consagração dos objetivos que preocupam a humanidade, desde sempre. Uma distância traduzida pela existência de 1,3 bilhões de miseráveis; pela morte diária de 60 mil crianças, por causa de epidemias ou subnutrição; por 850 milhões de pessoas sem acesso a uma ração alimentar básica; por uma globalização econômica que torna os países ricos cada vez mais poderosos e os estados pobres cada vez mais dependentes. Uma luta que em pleno terceiro milênio ainda está muito longe de realizar o seu projeto fundamental: fazer do homem o objetivo central de nossa sociedade, dita humana.

http://aaciolitravessia.blogspot.com/2008/01/dificuldade-histrica.html

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Boato Forte


Peter Burke

Antes tratado como indigno, tema é visto hoje como elemento fundamental para compreender as relações sociais.
No passado desdenhado como assunto indigno do interesse dos estudiosos, o boato se tornou tema de pesquisa para psicólogos, sociólogos,antropólogos e historiadores bem como para os especialistas no estudo da comunicação. A abordagem quanto ao estudo do fenômeno, que pode ser definido como "um relato curto, anônimo e não confirmado quanto a um suposto evento", deixou de ser negativa e passou a ser positiva.
Originalmente, os boatos eram transmitidos de pessoa para pessoa, mas hoje em dia se tornou necessário incluir as histórias que circulam nos jornais, na televisão e na internet bem como na conversa cotidiana.
No passado descartado como patológico e como simples exemplo de informação indigna de confiança, o boato começa a ser encarado com seriedade cada vez maior, na forma de narrativa, produto coletivo para o qual muitas pessoas contribuem à medida que a história se difunde.
É tolice acreditar literalmente em boatos, mas é igualmente tolo descartá-los por inteiro, porque essas histórias revelam alguma coisa sobre as preocupações, interesses, esperanças e medos dos indivíduos e grupos que as transmitem. Os estudos sobre o boato chegaram a algumas conclusões fascinantes quanto às circunstâncias que favorecem sua difusão, as maneiras pelas quais as narrativas são elaboradas e sobre as funções sociais que elas têm a cumprir.

Leia a íntegra do artigo em :
http://www.rizoma.net/interna.php?id=189&secao=conspirologia




domingo, 7 de junho de 2009

"Tempo das Tribos"

Alvaro Acioli

Parece que a sociedade humana vive uma loucura caracterizada por uma tempestade de emoções contraditórias e multifacetadas; e ainda estamos longe de saber ou descobrir os meios de explicá-la ou de resolvê-la.Por isso eu creio que não é o cotidiano que nos cega. Para mim nós é que perdemos a capacidade de perceber esse cotidiano “alucinado” que nos envolve, onde se misturam vivências passadas com anseios futuros.
“Futuros” que viram “Passados” antes de serem apreendidos criticamente de uma forma relevante ou mais compreensiva.
Nessa fugacidade existencial tudo se fragmenta ou se esfumaça. Como conseqüência, uma cegueira social promove a busca incontrolável de renovadas crenças, outros Gurus e Xamãs, e irmãos (não carnais), mas fraternalmente solidários.
Esse fato é estimulado pelo medo e pela culpa, socialmente implantados, responsáveis pela idéia de que é utopia uma construção pessoal alternativa, que é impossível Crencarnar em qualquer pessoa um mundo existencial singular.
Assim condenado o homem oscila entre escapar (com idéias e ilusões paralisantes) ou agir irracionalmente (aderindo ao primitivismo tribal). Amedrontado por não ser, nem acreditar poder-ser, o homem foge apressadamente do si mesmo, acabando por render-se ao nada em si, afundando-se na des-identidade.
Pessoalmente creio que muitos já não “viviam” mais quando foram surpreendidos pela morte física. O retorno à experiência tribal primitiva, além de ensejar o controle de medos e a expiação de culpas torturantes, premia os neo-colonizados com a desejada (e necessária) identidade, só que sócio-tribal.
E para que esse milagre redentor ocorra basta apenas a submissão incondicional aos rituais, regras e dogmas da tribo acolhedora. E, é claro, ser aceito como novo membro do clã.
A partir desse vôo existencial regressivo todos os conflitos se resolvem e os temidos demônios são exemplarmente exorcizados.
O século XXI está sendo tido por muitos, entre os quais Michel Maffesoli, como o novo “Tempo das Tribos”.
Estaríamos assistindo outro crepúsculo da razão ou estão sendo gestadas novas razões, no mosaico de realidades em que nosso mundo se transformou?
O fato é que tudo parece relativo, que ninguém sabe mais o que está realmente acontecendo.
Mais do que nunca, a descoberta e apropriação do si mesmo tornou-se o maior mistério colocado para os humanos contemporâneos.
Ilustração - Indio Nambiquara

terça-feira, 12 de maio de 2009

A Força da Escassez

Álvaro Acioli

Um preconceito a ser vencido, no debate sobre a conservação da natureza, é o de que se trata de um tema da modernidade.Platão já discutia o assunto, quatro séculos antes da era cristã. Dados disponíveis mostram que o homem atua sobre os ecossistemas, há cerca de 7.500 anos ; ele desmata desde que utiliza o fogo para limpar seus terrenos de caça.Mas a bem da verdade a espécie humana tem contribuído para a conservação e o progresso, desde que habita a bioesfera. Abrindo clareiras, cultivando encostas, irrigando desertos, pesquisando variedades, domesticando animais, o homem diversificou os cenários primitivos e também multiplicou as possibilidades de evolução, para um inestimável número de espécies. Muitas das paisagens mais bonitas da terra foram criadas pela sensibilidade e pelas mãos do homem.Os organismos vivos, incluindo o homem, pertencem a sistemas ecológicos que se influenciam mutuamente. A humanidade tem de conciliar o progresso tecnológico com a preservação do patrimônio genético, assegurando a continuidade do processo evolutivo. A biosfera continua a ser inundada por substâncias não recicláveis e de efeitos imprevisíveis ; é impiedosa a destruição das espécies animais ; a exploração irresponsável dos ecossistemas está violando o equilíbrio natural.Mas para que isso se torne possível é preciso que os mais necessitados resolvam os seus problemas básicos : abrigo, comida e trabalho. E que os mais favorecidos controlem sua voracidade cumulativa.. Só então os ecossistemas serão explorados em benefício de toda a humanidade, sem ameaças às bases de seu funcionamento nem à sua biodiversidade.Há mais ou menos três décadas diversos organismos internacionais anunciaram que até o ano 2.000 os homens situados “abaixo da linha da pobreza” encontrariam trabalho e remuneração digna. Foi um sonho demasiado ousado imaginar que os detentores do poder e do capital iam implementar os meios capazes de erradicar a miséria do planeta, promovendo modelos sustentáveis de desenvolvimento.Hoje, em pleno século XXI, a realidade planetária mostra sinais ainda mais acentuados de degradação social. Continuamos bem distanciados desse olimpo idealizado. Os fantasmas da fome e do desemprego atacam agora no quintal das nações ricas, no primeiro mundo. O aumento da exclusão provoca a crescente informalidade da economia mundial e uma desesperada invasão dos centros urbanos, das grandes metrópoles. As forças incontroláveis que emergem da escassez vão definir o destino não apenas dos países, mas da própria humanidade. Comungo com o grande Milton Santos : "A convivência com a escassez para os não possuidores é aflitiva porque, para os pobres, viver no mundo do consumo é como subir uma escada rolante no sentido da descida. Não há negociação possível. É por isso que as experiências entre os pobres se renovam. E é essa prontidão dos sentidos que lhes faz ter o sentido da história". A sabedoria do momento presente está com os menos favorecidos, que são - de fato - os verdadeiros protagonistas do processo histórico e político.

Quadro de Candido Portinari

http://aaciolitravessia.blogspot.com/2009/05/forca-da-escassez.html

domingo, 10 de maio de 2009

sexta-feira, 8 de maio de 2009

terça-feira, 5 de maio de 2009

Avanços e Riscos do Saber Genético

Alvaro Acioli
Em seu livro "A loja do corpo" Andrew Kimbrell produziu uma síntese admirável, sobre os delicados problemas gerados pelos avanços genéticos: "a engenharia genética e suas implicações conduziram-nos às mais graves questões com que a humanidade já se deparou. Que é a vida? Que significa ser um humano? Os cientistas têm o direito de agir como co-gerentes da evolução? Como definir a morte e decidir o porquê de a vida valer a pena de ser vivida? Estamos prontos para aceitar um 'supermercado' de órgãos e tecidos humanos, de genes, ou até de crianças? "As pesquisas científicas sobre diagnóstico e tratamento, no campo da genética, afetam hoje o projeto de vida de todos os seres vivos. A extraordinária possibilidade criada para o homem de transformar seu semelhante coloca sérios dilemas para a nossa sociedade. Os países industrializados começam a adotar legislações visando impor limites à prática clinica, ou até a certas pesquisas, tentando garantir o respeito à dignidade humana. O problema maior não está na realização das pesquisas em si, mas na aplicação prática dos resultados alcançados. O conhecimento do mapa genético humano já realizado permite a identificação dos genes causadores das doenças mais comuns, possibilitando a criação de intervenções específicas. A grande preocupação ética refere-se aos tratamentos que modificam o patrimônio genético, originando alterações que se transmitirão de uma geração a outra.Os riscos são grandes, mas as perspectivas criadas são altamente animadoras. Abriram-se as portas da prevenção para um imenso número de enfermidades, tidas até a muito pouco tempo como fatais. Cresceram infinitamente as possibilidades de cura para a debites, múltiplas formas de câncer, certas doenças cardiovasculares e neuropsiquiátricas. Deixou de ser um sonho imaginar que o ser humano possa desfrutar de uma vida saudável, até idades bem avançadas. Podemos nos beneficiar, a curtíssimo prazo, de uma medicina personalizada, barata e muito mais eficiente. O lado triste dessa história é a identificação de probabilidade ou certeza, de doença genética, para enfermidades ainda sem solução preventiva. Porque essa situação não somente amplia o medo dos que delas padecem, como pode ensejar discriminações, de todos os tipos. A sociedade humana conheceu avanços científicos que revolucionaram todas as civilizações. E essa experiência histórica recomenda que se reprove tanto a tecnofobia quanto a sacralização da tecnologia ou seu uso irresponsável.
http://aaciolitravessia.blogspot.com/2008/01/avanos-e-riscos-do-saber-gentico.html

segunda-feira, 4 de maio de 2009

As neurociências do terceiro milênio


Mauro Maldonado
Compreender as raízes biológicas da mente humana é um dos desafios científicos mais relevantes do futuro da humanidade. Ainda na metade do século passado era impensável que biólogos e médicos pudessem explorar e compreender a natureza biológica da percepção, do aprendizado, da memória, ou, para além disso, do pensamento, da consciência e do livre arbítrio: em suma, que pudessem entender a natureza da mente humana. Na realidade, quando os historiadores das idéias efetuam o balanço das últimas duas décadas do século XX ,enfatizam o fato surpreendente de que as intuições mais preciosas a respeito da mente humana surgiram nem tanto das disciplinas tradicionalmente interessadas na mente - como a filosofia, a psicologia ou a psicanálise - quanto de sua fusão com a biologia do cérebro. Os sucessos recentes da biologia molecular fortaleceram essa síntese.
Ora, se é verdade que as abordagens celulares e biomoleculares ainda nos fornecerão informações importantes, é igualmente verdade que elas, por si sós, não podem nos revelar a complexidade dos circuitos neuronais ou de suas interações: vale dizer a passagem chave que liga as neurociências celulares e moleculares às neurociências cognitivas. Para desenvolver um método que nos permita identificar a relação entre os sistemas neuronais e as funções cognitivas complexas é necessário concentrar-se nos circuitos neuronais; descobrir como interagem seus esquemas de atividades para gerar representações coerentes; compreender a organização das redes neurais, enfim, avaliar de que maneira sua atividade é modulada pela atenção e pela consciência. Para alcançar esses objetivos, a biologia deverá se concentrar mais no homem, ou nos primatas não-humanos, usando técnicas de brain imaging capazes de revelar a atividade de cada neurônio e de cada rede neural.
A história natural da mente e da consciência caracteriza-se tipicamente por uma tendência espontânea para a complexidade. Assim como a pesquisa sobre as origens da vida em nosso planeta - sobre o que levou o elemento físico-químico a se tornar biológico -, a pesquisa sobre a relação entre cérebro e pensamento é, por definição, uma pesquisa multidisciplinar. Mas o que entendemos quando afirmamos a necessidade de tratar da biologia da mente ou dos fenômenos da consciência? Estamos falando de neurologia, de biologia molecular ou de filosofia da mente? Na realidade, estamos falando disso tudo. As neurociências do terceiro milênio estão, por sua própria natureza, destinadas a tratar de todo o espectro de domínios que vão do simples ao complexo.
Tratar de neurociências significa tratar de fenômenos em âmbito molecular: da pesquisa bioquímica de base à pesquisa aplicada, que em anos muito recentes produziu a revolução psicofarmacológica.
Tratar de neurociências significa tratar de biologia celular: da estrutura e diferenciação celular (com a inacreditável riqueza de perspectivas aberta pelos novos conhecimentos da embriologia, como exemplifica a riqueza do debate sobre as estaminais), de seu bom ou mau funcionamento, no centro não só das perspectivas de pesquisa, mas também de importantes possibilidades terapêuticas em relação a algumas das doenças de custo humano e social mais elevado.
Tratar de neurociências significa tratar de pesquisa neurológica: com um âmbito científico revolucionado e extraordinariamente renovado pelas novas técnicas de estudo do cérebro in vivo, integradas e de parâmetros múltiplos.
Tratar de neurociências significa tratar de pesquisa psicológica e psiquiátrica. As contribuições da psicanálise e da psiquiatria, assim como as que se originam geralmente do conhecimento das formas da expressão cultural, se transformam no mesmo número de campos de pesquisa para a construção de uma teoria geral do conhecimento, numa perspectiva evolucionista.




terça-feira, 14 de abril de 2009

Teoria das catástrofes

Alvaro Acioli

Estou seriamente desconfiado que René Thom desenvolveu a teoria das catástrofes depois de uma meditação profunda sobre a realidade brasileira. Algumas de suas colocações mais importantes mostram uma relação tão direta com a nossa situação política que é quase impossível tratar-se de uma simples coincidência.Um exemplo típico é a sua afirmação que o real ( a realidade ) é uma mistura da ordem com a desordem e da instabilidade com a estabilidade. E que as mudanças no mundo externo são apenas aparentes.
Falando mais claramente, que as diferenças se devem exclusivamente a alterações que dependem do ponto de vista adotado pelo observador.A teoria das catástrofes, por razões óbvias, não oferece contribuições para o controle das situações críticas, nem para a estabilidade, seja qual for o domínio.
Na verdade, a teoria defende a idéia de que, no modelo tradicional, a catástrofe é sempre antecedida e sucedida pela imprevisibilidade.A teoria também propõe que um fenômeno descontínuo pode surgir espontâneamente, num meio ou num ambiente da mais absoluta regularidade.
Defende, igualmente, a existência de uma estreita ligação entre o rigor científico e a insondável magia.Um dos conceitos mais importantes da teoria é o de pregnância, que se refere a manifestações comportamentais causadoras de respostas súbitas e relacionadas.
Um bom exemplo disso é a reação que os animais apresentam, quando se confrontam com seus predadores.No modelo brasileiro, isso equivale à atitude dos eleitores diante dos políticos ou dos próprios governantes. Trata-se de uma reação imediata, frequentemente dominante, de profunda desconfiança e acentuada revolta.
Um outro exemplo de pregnância política, muito observado em nosso meio, é o comportamento dos tecnocratas oficiais. Suas reações em defesa do país, ante a agressão do capital internacional, dissociam o econômico do político.Falando com outras palavras, não levam em qualquer conta as repercussões sociais que provocam os remédios repugnantes que eles receitam.
Esse fato foi magistralmente colocado por G. Ferné: “Outrora cabia às políticas de ciência e tecnologia administrar as ambições e as esperanças - e também as imperfeições, as impotências, até os acidentes - do progresso técnico.
A irrupção da lógica do mercado no mundo da ciência e da tecnologia veio mudar tudo.(...) A abordagem dos problemas compete às necessidades da economia mercantil. Queimou-se um fusível : aquele que proporcionava, entre os cientistas e os mercadores, um espaço onde as questões em jogo podiam ser percebidas com um pouco mais de grandeza”.
É triste concluir que as noções de rigor e de seriedade, em nosso estado de dúvida catastrófica permanente, provocam manifestações rigorosamente imprevisíveis, que escapam a todos os padrões éticos, lógicos e humanos de avaliação.




segunda-feira, 13 de abril de 2009

Doença social urbana

Alvaro Acioli

A segurança social é hoje a maior preocupação do habitante de nossas cidades. O medo tornou-se o sintoma mais importante da doença social urbana. E esse medo incontrolável não predomina apenas na faixa subdesenvolvida do planeta. O privilégio, nesse particular, não é apenas nosso. Washington, capital do país mais rico do mundo, foi recentemente considerada a cidade mais violenta dos Estados Unidos é uma das mais perigosas do planeta.Multiplicam-se os espaços onde a ordem legal foi literalmente substituída e nos quais os representantes da lei são recebidos à bala. A proteção contra a insegurança deve ser mais do que um programa de governo; é uma providência inadiável para evitar que se instale definitivamente o caos urbano.O grande sonho do habitante das cidades é readquirir o "direito de ir e vir", assegurado pela Constituição, mas que não é garantido pelas instituições encarregadas de zelar pela segurança pública. As grades cobrem as casas e as portarias dos edifícios. E por trás delas indivíduos amedrontados vivem como reféns dos que confrontam livremente os mandamentos legais. Devolver a esses cidadãos o direito de andar tranqüila e despreocupadamente pelas ruas da cidade tornou-se o maior desafio para os atuais governantes. Vale recordar o resultado de pesquisa que um Instituto especializado realizou na cidade do Rio de Janeiro, entrevistando homens e mulheres, com níveis de escolaridade que iam do primário ao universitário. Foram ouvidos moradores da zona sul, central, oeste, da Leopoldina e de bairros como centro, Tijuca e Jacarepaguá.Os dados apurados revelam que 82% dos que foram pesquisados defendiam o uso das tropas do exército, contra a violência que tomou conta das ruas. E para comprovar a certeza de que os cariocas julgam que o uso da força é a melhor arma contra a violência, 33% deles recomendaram a implantação da pena de morte no país. O resultado só não foi completamente desalentador porque 69% dos entrevistados vincularam a violência ao grau de exclusão social dos transgressores.A realidade nacional e urbana reflete um grande dilema do momento internacional de nossos dias: militarizar a sociedade ou educá-la para o desarmamento?As nações, tanto quanto os cidadãos, continuam se armando para enfrentar as ameaças internacionais e os perigos sociais. Mas esse procedimento tem ampliado a insegurança, nos dois níveis. O caminho redentor parece justamente o oposto. O desarmamento é fundamental porque o uso da força estimula ainda mais a violência. Ao invés de proteger a arma aumenta o risco de vida do seu portador. E a educação para o desarmamento, das nações e dos homens, deve começar pela reeducação dos que usam a ciência e o saber para tornar insuportável a vida da grande maioria. Mas para que isso possa ocorrer é indispensável aumentar a consciência pessoal, social e internacional, de que somos todos responsáveis pelo ambiente em que vivemos. Essa é a única atitude capaz de reorientar as decisões ideológicas e políticas, assegurando direitos iguais para todos os homens, uma conquista que certamente reduzirá a violência ao nível menor das patologias individuais.


sábado, 11 de abril de 2009

sábado, 4 de abril de 2009

Nossos amigos, os animais.

Alvaro Acioli

Enquanto a ecologia transforma diariamente nossos conhecimentos sobre a natureza, a etologia continua modificando nossas impressões e teorias sobre os outros animais. Já sabemos que a atuação animal não é governada incondicionalmente por impulsos instintivos, que buscam uma satisfação automática. O comportamento é organizado e organizador, em um grande número de espécies, guiando-se por um avançado sistema de comunicação. Muitos animais produzem mensagens e expressões que definem comportamentos específicos : de advertência, intimidação, entrega, amizade, jogo, corte, cooperação, etc. São capazes, inclusive, de se comunicar simbolicamente. Lorenz mostrou que uma femea de ganso pode manifestar sua preferência por um macho simulando a necessidade de proteção. O mordiscar do animal significa o oposto do morder : comportamento lúdico, manifestação de agrado. Como já disse Morin o galinheiro não é um harém desordenado, submetido ao galo, mas uma sociedade hierarquizada ; nem a matilha é uma horda conduzida por um lobo dominador; mas uma sociedade em que a hierarquia se estabelece segundo um ritual de submissão e que sabe usar estratégia coletiva em situações de ataque e defesa. O mesmo Morin insiste em afirmar que "a sociedade, concebida como organização complexa de indivíduos diversos, fundada, ao mesmo tempo, sobre a competição e a solidariedade, comportando um sistema de comunicações rico, é um fenômeno extremamente comum na natureza ". O tipo de sociedade animal varia não somente conforme a espécie mas quanto ao meio em que está situada. Na densa floresta, rica em alimentos, os chipanzés estabelecem uma ordem social descentralizada e permissiva. Nas savanas, onde existe menos abundância e mais perigos, a estrutura social torna-se rígida e centralizada. A comunicação, a produção de ritos e a capacidade de simbolizar também não são particularidades humanas, tendo raízes oriundas na longa evolução das espécies. Nossa sociedade é apenas uma variante surgida no extraordinário desenvolvimento do fenômeno social natural. Não deve, por isso,surpreender o grande número de trabalhos científicos que demonstra a importância da companhia de outros animais para a saúde física e mental dos homens. Vários estudos atestam que esse convívio pode atenuar reações depressivas e sentimentos de inutilidade, sobretudo para os que vivem isolados ou não conseguem manter relações sociais estáveis.
O próprio Freud realçou o valor da amizade com os animais : "... isto explica por que se pode amar um animal com uma intensidade tão extraordinária ; nutrir por eles uma afeição sem ambivalência, simples e livre dos conflitos quase intransponíveis da civilização ...Ter um sentimento de afinidade íntima, de verdadeira solidariedade ". Inúmeras pesquisas concluíram que falar e acariciar um animal é uma ação que beneficia a saúde de quem a pratica; pode provocar, no sistema cardiovascular, uma estimulação por vezes mais favorável do que a gerada por uma relação com seres humanos. Estudos bem controlados chegam a afirmar que esse convívio aumenta a proteção contra as pressões psicológicas, provocadas pelos problemas da vida diária.E também pode contribuir para melhorar a capacidade dos parceiros humanos de enfrentar infecções e doenças. Sabe-se que a solidão provoca ou agrava, seriamente, muitas enfermidades. Por isso muitos idosos, privados do apoio afetivo de que precisam, podem colher grandes benefícios desse convívio excepcional. Existem instituições que criam gatos, cachorros e pássaros com a finalidade de propiciar estímulos afetivos e companhia, para seus hóspedes e assistidos. É agora fato indiscutível que os animais domésticos podem dar uma contribuição importante para a socialização humana, com benéficas consequências para o relacionamento do homem com seus semelhantes. Mas a melhor fase para o início desse relacionamento são os primeiros anos de vida. Essa convivência fortalece os vínculos com o mundo natural; além de ensinar a criança a respeitar a natureza e todos os seres vivos, contribui para elevar o seu senso de responsabilidade e a autoconfiança.

http://aaciolitravessia.blogspot.com/2009/06/nossos-amigos-os-animais.html

Como "adestrar" seu marido

Adalberto Andrade
Muitas mulheres acreditam que através das reclamações vão conseguir mudar o jeito de ser do marido, corrigir os seus defeitos e assim melhorar o relacionamento. É um erro pensar e agir assim.
Tentar eliminar pequenos incômodos do parceiro, pode não justificar a causa de muitas separações, mas com certeza não será através de queixas que uma esposa vai torná-lo melhor. Só vai fazê-lo piorar.
Ninguém tem o dom de mudar ninguém, mas todos nós temos a capacidade de estimular mudanças de comportamento em nosso par quando agimos como treinadores de animais e não como domadores de feras.
O homem é um bicho, mas a sua índole está mais para a do cachorro do que para a da onça-pintada. A mulher precisa entender que a vida a dois não é um safári, onde os papéis de caça e caçador às vezes se confundem.
Não é reclamando que os treinadores adestram seus bichos e conquistam a sua confiança e simpatia. Pelo contrário, é recompensando seu comportamento, valorizando e explorando do animal o que há de positivo, e descobrindo durante a instrução o que lhe dá prazer ou o que ele faz com mais facilidade.
Na vida conjugal, o princípio é o mesmo. A mulher deve recompensar as atitudes que gosta no parceiro e ignorar as que não lhe agrada. Afinal, não se consegue que um golfinho aprenda a pegar o peixe na mão do seu adestrador depois de um salto mortal ou ensinar um macaco a andar de bicicleta, apenas resmungando.
O mesmo vale para os maridos. A solução é prática e simples: procurar substituir gradativamente as reclamações por elogios, na momento certo e na medida certa.
Para que os pequenos incômodos não se tornem um martírio, evite colocar "mais lenha na fogueira", apontando faltas e demonstrando descontentamento por tudo. Só o fato de não reclamar, já estará agindo de forma positiva.
Claro que ele vai perceber sua mudança de comportamento. Qual marido não notaria a diferença? O que mais chamaria a atenção de um homem do que 'ouvir' o silêncio de sua companheira 'fazendo barulho' em seus ouvidos? Pouca coisa, certamente.
Quando perceber que a meia largada no meio da sala, a toalha molhada em cima da cama e a cueca pendurada no chuveiro foram recollhidas sem alarde, vai "doer" na consciência. Há situações que o silêncio ensina mais que mil palavras de protesto.
Mas não pense que a mudança vai ocorrer da noite para o dia. É preciso insistir e continuar acreditando que sua mudança de postura irá despertar nele a vontade de colaborar. Tudo é uma questão de tempo. Não vai demorar a entender que você não gosta de certos hábitos ou manias.
Então, quando ele jogar uma camisa suja ou um par de meias no cesto, não deixe de agradecer. O mesmo quando ele fizer a barba antes de ir para a cama, preparar o jantar enquanto você assiste a novela, recolher os pratos da mesa após as refeições, beber refrigerante e não arrotar mais na sua presença, parar de soltar peidos estrepitosos.
Essas são algumas mudanças de comportamento dignas de reconhecimento. Pode parecer bobagem, mas o efeito psicológico é avassalador.
A mulher precisa aprender e colocar em prática a psicologia que os adestradores profissionais aplicam aos animais. Recompensar pequenas atitudes, à medida que o bicho aprende um novo comportamento. O mesmo vale para os maridos.
Os treinadores chamam esse procedimento de ‘aproximação'. Por quê? Porque da mesma forma que não se pode esperar que um chipanzé aprenda a dar saltos mortais depois de um determinado comando em uma única sessão, não se pode esperar que um marido passe a juntar sistematicamente suas meias e cuecas só porque recebeu um elogio por ter recolhido peças de roupa espalhadas pela chão uma única vez.
Se continuar recompensando o comportamento de que gosta - começando pelos pequenos gestos -, e passar a ignorar o de que não gosta, em pouco tempo, terá total controle sobre seu homem, e, com certeza um marido bem mais fácil de amar.


sexta-feira, 3 de abril de 2009

Utopia particular

Alvaro Acioli
A insegurança e a incerteza são condições inseparáveis da existência humana. E o homem expressa essas vivências básicas através do medo de perder tudo aquilo que adquiriu com muito esforço, suor e lágrimas.Tudo no sentido exato da palavra : os avanços científicos e tecnológicos realizados, nas diversos campos do conhecimento . E até mesmo a própria civilização que ele criou.Felizmente a canoa do homem, embora frágil, nunca afundou completamente, não foi jamais literalmente a pique. Existiram sempre meios de reparar os estragos ocorridos e os náufragos, nadando um pouco e com muita sorte, conseguiam se salvar. Mas na longa trajetória humana são incontáveis
as quedas e os retrocessos ocorridos . Os furacões modernos, todavia, ameaçam mais perigosamente a frágil canoa, já muito remendada.Dos acidentes anteriores o homem conseguiu livrar-se e prosseguir navegando. O risco atual é o de que a viagem seja definitivamente interrompida, agora por dificuldades com o próprio navegante.As descobertas tornaram-se diárias e sustentam um círculo de inovações sem precedentes. Mas esse progresso vertiginoso está aumentando, de forma dramática, a desorientação humana ; quanto mais mistérios decifrados mais dúvidas aparecem. O avanço científico acabou com todas as certezas que existiam e hoje o homem duvida de sua própria condição humana.A saída é capaz de estar exatamente aí : ser homem é talvez viver a possibilidade permanente de não ser, experimentar uma aventura interminável, nunca saber o que acontece ou vai acontecer. É conviver com a triste ameaça de não poder realizar sua própria utopia particular.Muitos dos problemas humanos podem até dever-se à guerra semântica que ele pratica, onde idéias semelhantes alimentam um conflito verbal interminável.Por isso mesmo, uma providencia simples, com grande alcance social e histórico, pode ser a melhoria da comunicação entre os homens.A verbalização excessiva dificulta o entendimento social. A grande facilidade de falar talvez esteja levando os homens a pensarem cada vez menos. E aprender a pensar foi a maior conquista humana, mas uma conquista que ele ainda utiliza precariamente. O prazer de pensar está sendo também dificultado pelo fascínio do homem com os utensílios e as coisas, que o grande mercado oferece. O homem deve prender-se menos ao mundo material, não abusar das palavras e preocupar-se mais com os seus semelhantes. Mas para que isso aconteça o homem precisa acostumar-se com seus fantasmas e com a própria solidão.


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