sexta-feira, 7 de março de 2008
Arte de Tolerar
O recrudescimento de todas as formas de violência é o traço comum, do momento histórico que estamos vivendo. É o paradigma do instante social, cheio de comportamentos e circunstâncias contraditórias. As descobertas científicas, tão ardentemente buscadas, não distribuíram, por todos os homens, de forma equitativa, os extraordinários frutos do progresso alcançado. Como consequência desse fato, em pleno século XXI, ainda existem sociedades que continuam caçando e colhendo, como o faziam seus antepassados, no tempo das cavernas. As divergências éticas, econômicas e políticas se acentuam, dificultando o entendimento e a intercolaboração entre os homens. Os fanatismos religiosos multiplicados também reduzem a capacidade de grupos e nações aceitarem “verdades” que estejam fora dos dogmas que professam. A intolerância está na base desse desacordo generalizado em que se encontra lançado o mundo. A intolerância e não a Aids é o grande mal desse século. Mal que é responsável pela morte de todos os famintos do mundo e dos que se matam, irmãos ou não, sob qualquer pretexto. Intolerância que deixa sucumbirem à mingua inocentes no Sudão, na Etiopia, em Biafra, no nordeste brasileiro, no miserável Leste europeu ou na pobre América Central ; também responsável pelas mortes que estão ocorrendo no Iraque, no Congo, Haití, Paquistão, no Líbano e em muitas outras terras e continentes. Intolerância que perpetua o ódio entre árabes e judeus e que nutre o gérmen causador de todas as guerras entre Estados, seitas e ideologias. Intolerância que dissemina a dominação e o genocídio, que transforma o outro em inimigo irreconciliável, pelo simples fato de ser outro. Intolerância que repudia os diferentes e as minorias, que cultua a unanimidade, que se opõe a manifestações autênticas de afirmação e liberdade. . Intolerância fascinada pelo poder absoluto sobre os homens, seus territórios e seus pensamentos . Aperfeiçoar a arte de tolerar tornou-se uma providência decisiva, nessa quadra atormentada da história. Não se trata de tolerância diante dos poderosos, sempre à espera de “consentimentos oficiais” para manifestar-se, pois isso é apenas conformismo e acomodação. O destino do homem depende agora, fundamentalmente, de uma tolerância comprometida com os direitos humanos, tanto os próprios quanto os alheios; uma tolerância capaz de respeitá-los, acima das circunstâncias e das conveniências. Uma tolerância preocupada em ajudar a humanidade a beneficiar-se justamente da diversidade no pensar e no agir. Mas a grande maioria dos homens tem julgado ser quase impossível agir dessa forma. E esse é justamente o desafio maior que o exercício da tolerância coloca : ser possível e parecer, ao mesmo tempo, uma utopia.
AAcioli
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