segunda-feira, 21 de abril de 2008

Tristes certezas

Alvaro Acioli
É certo que o grande objetivo do mito da globalização é controlar as nações que não participam
do Clube dos Sete que domina o mundo. Mas é também certo que esse próprio mito
acaba servindo como uma excelente justificativa para que os governos
dessas nações dependentes justifiquem os abusos e indignidades que praticam.
É certo, no caso brasileiro, que os planos econômicos impostos
coincidem num ponto : todos, sem qualquer exceção, aumentaram a concentração
de renda, diminuindo mais ainda o número de privilegiados
que controlam a economia do pais. E que a consequência social
desses planos, em última instância, foi a multiplicação do número dos "excluídos",
ainda que cada um deles tivesse um nome, uma consciência,
embora nem sempre trabalho, um lugar onde morar e comida para matar a fome.

É certo que "crime contra a economia popular" transformou-se numa figura penal arcaica ou retórica. A complexidade dos mecanismos burocráticos, para usufruto dos direitos legais, acaba desestimulando as vítimas. Isso vale até mesmo para os chamados juizados de pequenas causas, por enquanto uma louvável intenção de mudança, com resultados bastante incipientes.
É certo que, apesar de tudo isso e muito mais, as Constituições democráticas, como a nossa, continuarão proclamando que uma vida digna e plenamente livre é direito fundamental dos cidadãos.
É certo que o mérito é cada vez menos levado em consideração ; que o nepotismo, servindo-se das exceções legais, continua um instituto inabalável.
É certo que o respeito a padrões morais tornou-se uma raridade, qualquer que seja o panorama social examinado.
É certo que ter é cada vez mais importante do que ser, em nossa sociedade completamente dominada pelas chamadas leis de mercado que, em última instância, mantêm a exploração dos mais fortes pelos mais fracos.
É certo que ensinar tornou-se uma atividade pouco nobre, obrigando os governos democráticos a aviltar a remuneração dos que insistem nessa prática condenável.
É certo que a falta de hábito e de convicções cívicas desvirtualiza ainda mais os processos eleitorais, facilitando o crescimento assustador do estelionato político; a maioria dos compromissos, assumidos pelos candidatos, a todos os postos, são na grande maioria irrealizáveis, não passando de falsas promessas.
É certo que a erotização virou a maior arma de venda da sociedade de consumo, tornando o corpo humano a mercadoria mais barata, nas ofertas do dia-a-dia.
É certo que a aglomeração urbana satanizou as cidades,

espalhando todos os tipos de temores, principalmente o medo de ter medo.
É certo que, de um abrigo restaurador de forças, as moradas humanas acabaram virando verdadeiras prisões, que apenas diferem pela localização geográfica ou pelo conforto ou desconforto que oferecem.
É certo que tudo isso tem de deixar um dia de ser certo, certamente quando o homem redescobrir a natureza e reaprender com ela a sua singela lição de harmonia e simplicidade; quando as palavras de paz prevalecerem no vocabulário dos homens, hoje inteiramente dominado pelas mensagens de guerra ; quando os homens não escravizarem mais outros homens e tornarem a liberdade
o objetivo comum da espécie
humana..

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