segunda-feira, 4 de maio de 2009

As neurociências do terceiro milênio


Mauro Maldonado
Compreender as raízes biológicas da mente humana é um dos desafios científicos mais relevantes do futuro da humanidade. Ainda na metade do século passado era impensável que biólogos e médicos pudessem explorar e compreender a natureza biológica da percepção, do aprendizado, da memória, ou, para além disso, do pensamento, da consciência e do livre arbítrio: em suma, que pudessem entender a natureza da mente humana. Na realidade, quando os historiadores das idéias efetuam o balanço das últimas duas décadas do século XX ,enfatizam o fato surpreendente de que as intuições mais preciosas a respeito da mente humana surgiram nem tanto das disciplinas tradicionalmente interessadas na mente - como a filosofia, a psicologia ou a psicanálise - quanto de sua fusão com a biologia do cérebro. Os sucessos recentes da biologia molecular fortaleceram essa síntese.
Ora, se é verdade que as abordagens celulares e biomoleculares ainda nos fornecerão informações importantes, é igualmente verdade que elas, por si sós, não podem nos revelar a complexidade dos circuitos neuronais ou de suas interações: vale dizer a passagem chave que liga as neurociências celulares e moleculares às neurociências cognitivas. Para desenvolver um método que nos permita identificar a relação entre os sistemas neuronais e as funções cognitivas complexas é necessário concentrar-se nos circuitos neuronais; descobrir como interagem seus esquemas de atividades para gerar representações coerentes; compreender a organização das redes neurais, enfim, avaliar de que maneira sua atividade é modulada pela atenção e pela consciência. Para alcançar esses objetivos, a biologia deverá se concentrar mais no homem, ou nos primatas não-humanos, usando técnicas de brain imaging capazes de revelar a atividade de cada neurônio e de cada rede neural.
A história natural da mente e da consciência caracteriza-se tipicamente por uma tendência espontânea para a complexidade. Assim como a pesquisa sobre as origens da vida em nosso planeta - sobre o que levou o elemento físico-químico a se tornar biológico -, a pesquisa sobre a relação entre cérebro e pensamento é, por definição, uma pesquisa multidisciplinar. Mas o que entendemos quando afirmamos a necessidade de tratar da biologia da mente ou dos fenômenos da consciência? Estamos falando de neurologia, de biologia molecular ou de filosofia da mente? Na realidade, estamos falando disso tudo. As neurociências do terceiro milênio estão, por sua própria natureza, destinadas a tratar de todo o espectro de domínios que vão do simples ao complexo.
Tratar de neurociências significa tratar de fenômenos em âmbito molecular: da pesquisa bioquímica de base à pesquisa aplicada, que em anos muito recentes produziu a revolução psicofarmacológica.
Tratar de neurociências significa tratar de biologia celular: da estrutura e diferenciação celular (com a inacreditável riqueza de perspectivas aberta pelos novos conhecimentos da embriologia, como exemplifica a riqueza do debate sobre as estaminais), de seu bom ou mau funcionamento, no centro não só das perspectivas de pesquisa, mas também de importantes possibilidades terapêuticas em relação a algumas das doenças de custo humano e social mais elevado.
Tratar de neurociências significa tratar de pesquisa neurológica: com um âmbito científico revolucionado e extraordinariamente renovado pelas novas técnicas de estudo do cérebro in vivo, integradas e de parâmetros múltiplos.
Tratar de neurociências significa tratar de pesquisa psicológica e psiquiátrica. As contribuições da psicanálise e da psiquiatria, assim como as que se originam geralmente do conhecimento das formas da expressão cultural, se transformam no mesmo número de campos de pesquisa para a construção de uma teoria geral do conhecimento, numa perspectiva evolucionista.




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