quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Carpe diem

Rubem Alves

"Carpe Diem" quer dizer colha o dia. Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente. "O tempo passa,/ Não nos diz nada./ Envelhecemos./ Saibamos, quase maliciosos,/ Sentir-nos ir,/ Tendo as crianças/ Por nossas mestras/ E os olhos cheios/ De natureza..." Alberto Caeiro Kierkegaard diz, em suas meditações por nome Pureza de coração, que "a pessoa que fala sobre a vida humana, que muda com o decorrer dos anos, deve ter o cuidado de declarar a sua própria idade aos seus ouvintes". Trata-se de um conselho estranho para aqueles que vêem a vida com os olhos da ciência, porque, para eles, os olhos permanecem os mesmos, não são afetados pela passagem do tempo. Um bom par de óculos pode resolver o problema da visão diminuída. Kierkegaard sabia o que os oftalmologistas não sabem: com a idade, os olhos não ficam mais fracos. Eles ficam diferentes. Sob a luz do sol a pino eles vêem coisas luminosas. Sob a luz do crepúsculo eles começam a ver as criaturas delicadas que não suportam luz em excesso. O amor prefere a luz das velas. Gaston Bachelard, em seu lindo livro A chama de uma vela, diz que "parece existir em nós cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxuleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis. As fantasias da pequena luz nos levam de volta ao reduto da familiaridade..." "Assim estão os meus olhos, assim estou eu, pois sou a luz que meus olhos emitem". Não foi isso que Jesus disse (Mateus 6.22)? Penso que ele aprovaria se me ouvisse dizendo: "Os olhos são as lâmpadas do corpo. Se teus olhos forem crepusculares, crepuscular também será o teu corpo..." Quando se vive sob a luz da manhã, ainda há muito tempo pela frente, e se pensa que a vida começará a ser vivida depois de havermos colocado a casa em ordem. Há tanta coisa para ser feita! Felizmente sabemos que as nossas mãos transformarão o mundo! Marx nos ensinou que é isso o que importa. E a boca se enche de palavras de ordem e de imperativos éticos e políticos. Ser cristão é fazer! Quando se vive sob a luz crepuscular - a hora do Angelus -, sabe-se que o trabalho ficou inacabado, o trabalho fica sempre inacabado, o tempo se encarrega de desfazer o que fizemos, as mãos ficam diferentes, deixam de lado as ferramentas, retorna-se ao lar, corpo e alma "voltam ao reduto da familiaridade". Ao meio-dia se fazem trabalho e política. Ao crepúsculo se faz poesia. Ao crepúsculo se sabe que não seremos salvos pelas obras. Ao crepúsculo se retorna à verdade evangélica e protestante que afirma que somente a Palavra nos salvará. Ao crepúsculo comemos palavras: é a hora sacramental, a hora da poesia. Ao crepúsculo se sabe que o que importa e "ser", simplesmente "ser"... Não, o interesse pelos sofrimentos dos homens não foi perdido. É que na hora crepuscular se compreende que "mundos melhores não são feitos; eles simplesmente nascem" (e.e. Cummings). Há uma revolução que se faz com poesia e alegria. É Neruda que o diz: a Reforma Protestante foi feita com música, cantando. Caminhando e cantando... O ser diante da chama da vela: só olhos, só fantasia; ou diante de uma sonata de Beethoven (Ah! Lenin dizia que poderia ficar ouvindo a Appassionata o dia inteiro, e se alegrava de que aos homens esse poder tivesse sido dado de produzir a beleza, e ficava com vontade de sair à rua e começar a abraçar as pessoas - o que é muito perigoso para quem está vivendo sob as ilusões do meio-dia...); ou como diante de um poema de Alberto Caeiro: "Sejamos simples e calmos,/ Como os regatos e as árvores,/ E Deus amar-nos-á fazendo de nós/ Belos como as árvores e os regatos/ E dar-nos-á verdor na sua primavera/ E um rio aonde ir ter quando acabemos..." Os deuses do meio-dia não são os mesmos do crepúsculo. Interessante notar que o dia bíblico começa com o crepúsculo, quando o sol se põe... Talvez essa seja a maneira certa (já que Deus faz tudo ao contrário): tomar como início aquilo que nossa vã sabedoria sempre achou que fosse o fim. Começar do fim... Aliás, é este o conselho que o matemático polonês Polya dá àqueles que querem aprender a resolver problemas de matemática: "Comece sempre pelo fim!" Se ainda tivéssemos Pitágoras por nosso mestre, diríamos que o que é verdade para a matemática tem de ser verdade também para a alma. Começar pelo fim! Ver a vida inteira sob a luz crepuscular! Ao meio-dia o céu é um imenso mar azul. O tempo está parado, imobilizado. Ao crepúsculo tudo se altera: o mar imóvel se transforma em rio, as águas correm cada vez mais rápidas, as cores se sucedem, o azul passando ao amarelo, ao rosa, ao vermelho, ao roxo, para, finalmente, mergulhar na noite. "Especialmente na medida em que se vai ficando mais velho", diz Alan Watts em seu livro sobre o taoísmo, "vai-se tornando óbvio que as coisas não têm substância, pois o tempo passa cada vez mais rapidamente, de forma que nos tornamos conscientes da liquidez dos sólidos; as pessoas e as coisas se transformam em reflexos e rugas na superfície da água". Kierkegaard estava certo. É preciso dizer a idade. Os olhos crepusculares não são olhos que vêem menos: são olhos que vêem diferente. Eles vêem sob a perspectiva da morte. Pois é ela, a morte, que se nos aparece ao crepúsculo. É só ela que nos permite ver o crepúsculo. "As nuvens que se ajuntam ao redor do sol que se põe/ ganham suas cores solenes de um olho/ que tem atentamente vigiado a mortalidade dos homens..." Estes são versos de William Wordsworth. Não, não são as cores lá fora que são belas e tristes. São as cores crepusculares que moram dentro do olhar... Talvez você tenha-se assustado, quando me referi à morte. É compreensível. A vida inteira ouvimos falar mal dela. E as religiões até fazem tudo para matar a morte, para que não haja crepúsculos no mundo, para que o sol esteja permanentemente a pino. "Mas ao matar a morte a religião nos tira a vida", diz Octávio Paz. "A eternidade despovoa o instante. Porque a vida e a morte são inseparáveis. Tirando-nos o morrer a religião nos tira a vida. Em nome da vida eterna a religião afirma a morte desta vida". O crepúsculo é belo por causa do rio, o fluir do tempo que faz as cores mudarem... Ouço, de Holst, o poema sinfônico Os Planetas. Neste momento, é Vênus: o que traz a alegria. Também a sua beleza depende do tempo que passa - os acordes se vão para dar lugar aos que vêm, até que chegarão ao fim e eu direi: "Que lindo! Pena que acabou!" A vida e a beleza só existem por causa da morte, que torna possível que elas dancem. D. Juan, o bruxo do livro de Castarïeda, Viagem a Ixtlan, chama a Morte de "conselheira". Ela nos torna mais sábios. Não é por acaso que a sabedoria está associada à velhice. Hegel dizia que a coruja de Minerva só abre suas asas no crepúsculo. E Roland Barthes, ao ficar velho (mas era bem mais moço do que eu), afirmava que naquele momento ele se entregava ao esquecimento de tudo o que aprendera a fim de poder chegar à sabedoria. Que sabedoria nos ensina a morte? É simples. Ela só diz duas coisas. Primeiro, nos aponta o crepúsculo, a chama da vela, o rio, e nos diz: Tempus Fugit - o tempo passa e não há forma de segurá-lo. E, logo a seguir, conclui: Carpe Diem - colha o dia como quem colhe um fruto delicioso, pois esse fruto é a dádiva de Deus. Os poetas e artistas têm sabido sempre disso. Porque a arte é isso, pegar o eterno que cintila por um instante no rio do tempo. Como está escrito neste lindo poema de Paul Bouget que Debussy musicou e a Barbra Streisand gravou no maravilhoso CD Classical Barbra: "Quando, ao sol que se põe,/ os rios ficam cor rosa,/ e um leve tremor percorre/ os campos de trigo,/ parece das coisas surgir uma súplica de felicidade/ que sobe até o coração perturbado./ Uma súplica de beber o encanto de se estar no mundo/ enquanto se é jovem e a noite é bela./ Pois nós nos vamos,/ como se vai esta onda:/ Ela, para o mar,/ nós para a sepultura..." Num dos cadernos de Camus encontra-se o seguinte parágrafo: "Os pássaros, durante o dia, voam em todas as direções. Ao cair da noite, entretanto, dir-se-ia que eles voam para um mesmo lugar. Assim, talvez, ao cair da noite da vida..." Eu me sinto assim: ao chegar o crepúsculo, as muitas palavras que escrevi em todas as direções, reduzem-se a algo extremamente simples. Aconteceu assim também com Jorge Luis Borges, já bem mais velho do que eu. "Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito. Relaxaria mais. Seria mais tolo ainda do que tenho sido. Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério. Seria até menos higiênico. Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios. Iria a lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos sopa. Teria mais problemas reais e menos problemas imaginários. Eu fui uma destas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto de sua vida. Claro que tive momentos de alegria mas, se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos. Porque, se não o sabem, disso é feita a vida, só de momentos. Não percam o agora. Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas. Se voltasse a viver, viajaria mais leve. Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono. Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente. Mas, já viram, tenho oitenta e cinco anos, e sei que estou morrendo..." (Jorge Luis Borges) Ricardo Reis disse a mesma coisa num poema mais curto: "Dia em que não gozaste não foi teu:/ Foi só durares nele. Quanto vivas/ Sem que o gozes, não vives./ Não pesa que amas, bebas ou sorrias:/ Basta o reflexo do sol ido na água/ De um charco, se te é grato./ Feliz o a quem, por ter em coisas mínimas/ Seu prazer posto, nenhum dia nega/ A natural ventura". Beber o encanto de estar no mundo! Não importa que ele nos venha em pequenos fragmentos de alegria, de riso, de compaixão, de amizade, de silêncio, arroz e feijão, o abraço de amor, a poesia, as coisas do dia-a-dia. Se você não sabe sobre que estou falando, por favor, leia a poesia de Adélia Prado. São sacramentos, fragmentos de uma felicidade que nos toca de leve, para logo se ir. A felicidade é assim, não é coisa grande que vem para ficar. Sabe disso Guimarães Rosa, que dizia que ela só acontece em raros momentos de distração. Mas é justo assim que Deus vem, quando estamos distraídos, eternidade num grão de areia, reflexo do sol ido na água de um charco. Tudo é um grande brinquedo. Brinquedo: coisa mais alegre e efêmera haverá? E é isso que nos ensina a morte, que a vida é brinquedo, não pode ser levada a sério - o que nos torna humildes e livres das alucinações de importância e de poder. Desenhos de conchas na areia, como aquele imenso cavalo-marinho de caracóis que a menina, do filme O piano, fez na praia, enquanto sua mãe tocava... Coisas que uma criança faz na praia, casas, castelos, túneis, caminhos... "E assim, num dia de tempo calmo,/ embora estando em ilha distante,/ contemplamos o mar imortal/ que nos trouxe até aqui,/ e vemos na praia as crianças brincando/ e ouvimos as fortes águas eternamente/ rolando..." (e.e. Cummings, citando W. Wordsworth) Logo a maré, durante a noite, apagará tudo, e pela manhã a praia estará maravilhosamente lisa, todas as cicatrizes saradas, como se nada tivesse acontecido. Haverá metáfora mais bela para o perdão? E o brinquedo poderá começar de novo. Aquilo que foi amado deve ser repetido. Por isso afirmamos: "Creio na ressurreição do corpo": o que foi, voltará. "O que aconteceu acontecerá de novo,/ o que já foi feito será feito de novo,/ nada de novo há debaixo do sol" (Eclesiastes 1.9) Tempus Fugit. "Vai, portanto, come a tua comida e alegra-te com ela,/ bebe o teu vinho com um coração feliz./ Veste-te sempre de branco/ e que não falte óleo perfumado nos teus cabelos./ Goza a vida com quem amas todos os dias da tua vida. Pois Deus já aceitou o que fizeste..." (Eclesiastes 9.7) O tempo foge; Curta o dia.

http://aaciolitravessia.blogspot.com/2008/10/carpe-diem.htnl



http://www.rubemalves.com.br/carpediem.htm

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Força da escassez

Alvaro Acioli
Um preconceito a ser vencido, no debate sobre a conservação da natureza, é o de que se trata de um tema da modernidade.
Platão já discutia o assunto, quatro séculos antes da era cristã. Dados disponíveis mostram que o homem atua sobre os ecossistemas, há cerca de 7.500 anos ; ele desmata desde que utiliza o fogo para limpar seus terrenos de caça.
Mas a bem da verdade a espécie humana tem contribuído, para a conservação e o progresso, desde que habita a bioesfera.
Abrindo clareiras, cultivando encostas, irrigando desertos, pesquisando variedades, domesticando animais, o homem diversificou os cenários primitivos e tambén multiplicou as possibilidades de evolução, para um inestimável número de espécies.
Muitas das paisagens mais bonitas da terra foram criadas pela sensibilidade e pelas mãos do homem.
Os organismos vivos, incluindo o homem, pertencem a sistemas ecológicos que se influenciam mutuamente. A humanidade tem de conciliar o progresso tecnológico com a preservação do patrimônio genético, assegurando a continuidade do processo evolutivo.
A bioesfera continua a ser inundada por substâncias não recicláveis e de efeitos imprevisíveis ; é impiedosa a destruição das espécies animais ; a exploração iresponsável dos ecossistemas está violando o equilíbrio natural.
Mas para que isso se torne possível é preciso que os mais necessitados resolvam os seus problemas básicos : abrigo, comida e trabalho. E que os mais favorecidos controlem sua voracidade cumulativa. Só então os ecossistemas serão explorados em benefício de toda a humanidade, sem ameaças às bases de seu funcionamento nem à sua biodiversidade.
Há mais ou menos três décadas diversos organismos internacionais anunciaram que até o ano 2.000 os homens situados “abaixo da linha da pobreza” encontrariam trabalho e remuneração digna.
Foi um sonho demasiado ousado imaginar que os detentores do poder e do capital iam implementar os meios capazes de erradicar a miséria do planeta, promovendo modelos sustentáveis de desenvolvimento.
Hoje, já transcorridos sete anos desse olimpo idealizado, a realidade planetária mostra sinais ainda mais acentuados de degradação social.
Os fantasmas da fome e do desemprego atacam agora no quintal das nações ricas, no primeiro mundo. O aumento da exclusão provoca a crescente informalidade da economia mundial e uma verdadeira invasão dos centros urbanos, das grandes metrópoles.
As forças incontroláveis que emergem da escassez vão definir o destino não apenas dos países, mas da própria humanidade. Comungo com o sábio Milton Santos : "A convivência com a escassez para os não possuidores é aflitiva porque, para os pobres, viver no mundo do consumo é como subir uma escada rolante no sentido da descida. Não há negociação possível. É por isso que as experiências entre os pobres se renovam. E é essa prontidão dos sentidos que lhes faz ter o sentido da história".
A sabedoria do momento presente está com os menos favorecidos, que são - de fato - os verdadeiros protagonistas do processo histórico e político.





Caminhos da reconstrução

Alvaro Acioli
O que vai definir a face da sociedade futura será a capacidade humana de superar a finitude da existência, aprendendo a realizar-se dentro dos limites que a vida social impõe. Desconhecendo essas condicionais o homem perpetuará seus conflitos e perderá, definitivamente, a chance de aperçoar sua humanização. Para vencer a tragédia de sua finitude, o homem tem que decidir-se a assumí-la definitivamente. Somente assim ele reencontrará as condições capazes de restabelecer seu amor pela vida.Uma socialização nova deve vincular direitos e responsabilidades humanas. Para tanto urge consagrar de que todas as existências são interdependentes. Estamos condenados à coexistência. Qualquer afirmação particular começa pelo respeito à dignidade do semelhante. Fora desses princípios é praticamente impossível evitar a perpetuação do desencontro humano.Diante dos extraordinários avanços tecnológicos, a instrução deve continuar sendo a principal função do Estado. Mas a educação, indispensável para o aproveitamento adequado da instrução, permanece como a grande missão da família. Principalmente a iniciação dos usos e costumes, das normas e comportamentos, das hierarquias e dos valores. Além dos cuidados físicos cabe ainda à família dar amor e proteção. A educação tem de ser repensada mais em termos de trajetória que de objetivos; como eu vou e não para onde eu vou. Os problemas da vida precisam ser ensinados como ocorrências possíveis,que podem contribuir para o crescimento pessoal, se abordados adequadamente.Constata-se que a atuação humana perdeu a expontaneidade. Até os gestos mais simples reproduzem padrões condicionados, sejam conceitos ou preconceitos. O homem já encontra, ao nascer, compromissos definidos, sendo-lhe crescentemente dificil viver os infinitos padrões e caminhos recomendados. E o impacto causado pela tecnologia da informação relativizou a realização de todos os papeis sociais. O comportamento assumido, em função da experiência, foi substituído pela representação recomendada. Antes a vivência revelava nossas motivações íntimas, o que facilitava a compreensão. Hoje os modismos forçam uma obediência automática. Cumprir as regras, sem discutí-las, e amedrontar-se ante as verdades consagradas, são realidades comportamentais, quase absolutas.Acabamos escravizados pelas máquinas que criamos para dominar os animais. Antes do grande salto as mudanças era lentas ; mantinham-se por muitas gerações. Hoje, conceitos e valores, discutíveis, geram critérios cada vez mais precários. Do bom ao mal, do moral ao imoral, do certo ao errado, tudo se tornou questionável. O viver complicou-se extraordinariamente e todos precisam agora de reorientar suas existências. O natural, o simples, precisa ser redescoberto. Cabe indagar: o homem terá ainda tempo para transformar-se, apesar da relação indefinida entre ele e seu mundo? Consegirá esse mesmo homem defender-se da ação do tempo, que ameaça afundá-lo no anonimato e na banalidade? Como ele pode prevenir-se e proteger-se do indiferentismo, da dispersão, da infidelidade a sí mesmo?A ampliação da liberdade humana surje como um caminho importante para a própria reconstrução. E como se pode atingir esse objetivo ? Penso que treis pontos são da maior importânica, na redefinição da socialização humana : 1. Consagrar a motivação como o fundamento do aprendizado; 2. Aceitar que a frustração é um elemento básico na variabilidade do comportamento; 3. Entender que educar é contribuir para outras individualidades e não uma chance para o educador reescrever a sua própria história.Um dia mestre Malraux advertiu: "A liberdade a que me considera ter direito é a tua. A liberdade de fazer o que te agrada. A liberdade não é uma permuta - é a liberdade". Somente livre, de fato, o homem pode encontrar o seu destino, realizar sua tarefa, plasmar sua forma, a da comunidade e a do mundo. E essa liberdade só é conquistada quando o homem descobre que ela é fundamental.


English Espanhol François Italiano

SEM ESTRESSE

*ALLAN* ANGELI *ANGELITOS* BOM-DE-HUMOR * BRAZIL-CARTOON* DIVERTUDO * GALHARDO* GLAUCO* HUMOR TARDELA * HUMOR-UOL* MILLÔR* STOCKER* TULIPIO* HUMOR DA TERRA * JOÃO BOSCO *Saber*